Os direitos e a inclusão da pessoa com deficiência auditiva foram tema de audiência pública realizada pela Câmara de Taubaté na segunda-feira, 25, por iniciativa do vereador Alberto Barreto (PRTB), que conduziu o debate.
“Fui procurado pela Astau (Associação dos Surdos de Taubaté) para que a gente discutisse essa questão no município, principalmente devido ao apontamento sobre a dificuldade que os surdos têm nos atendimentos nos espaços públicos, nos equipamentos da Prefeitura, seja na saúde, educação, esportes”, explicou Barreto.
A presidente da Astau, Paola Aparecida de Souza, ressaltou que 5% da população mundial têm algum tipo de surdez. Pontuou que o conhecimento sobre os diferentes tipos de deficiência auditiva deve ser considerado nas ações e acessibilidade. Listou ações necessárias para a inclusão social das pessoas surdas, como aprovação de leis que favoreçam a contratação de surdos por empresas, criação de programas de apoio aos familiares, atendimento especializado aos surdos por profissionais da área de saúde, ensino de libras (língua brasileira de sinais) em escolas públicas e particulares.
Tradutora e intérprete de Libras, voluntária da Astau, Luciana da Silveira, lembrou que o mês é marcado pela campanha Setembro Azul, da luta pelos direitos da comunidade surda. Afirmou que, em Taubaté, há 14.260 pessoas com deficiência auditiva, número que demonstra que no município há demanda, por exemplo, de atendimento especializado em estabelecimentos comerciais.
Gestora de educação inclusiva da Prefeitura, Fabrine Fagundes, listou ações realizadas na rede municipal, por meio do Núcleo de Apoio Pedagógico Especializado (Nape). Registrou que, atualmente há 46 crianças com deficiência auditiva matriculadas na rede, que têm acompanhamento de auxiliar intérprete. Entre as ações desenvolvidas, citou o Projeto Libras +, que ensina a língua de maneira lúdica aos alunos, além da formação online e presencial para todos professores e coordenadores.
Diretora de atenção em saúde, Leiza Lencione reconheceu a dificuldade para a contratação de profissionais com conhecimento de libras. Considerou a necessidade de contratação e treinamento de profissionais. Ela ressaltou a importância da audiência para “trazer mais luz a essa pauta e pensar propostas para conseguir melhorar os atendimentos”.
O secretário de Inclusão Social, Gabriel Pinelli também citou o desafio para fazer um atendimento mais inclusivo. Avaliou que o município tem avançado em várias frentes, como com a realização da 5ª conferência dos direitos da pessoa com deficiência, este mês. “É preciso ouvir e entender o que vocês têm passado para que a gente consiga efetivar isso”, considerou.
Coordenador de competições da Secretaria de Esportes, Anderson Cruz afirmou que a pasta também enfrenta dificuldades no atendimento a pessoas surdas. Citou inciativas voltadas para pessoas com deficiência, como o programa Esportes para Todos, que completou 11 anos, e a inauguração da Escola de Atletas e Formação Integral paradesportiva em 2002. “ Estamos aqui para aprender e buscar novas soluções para atender da melhor maneira possível.”
Como desdobramento da audiência, Barreto propôs a realização de reuniões individualizadas da Astau com as Secretarias Municipais, para levantamento de demandas.
Os vereadores Adriano Coletor Tigrão e Elisa Representa Taubaté, do Cidadania, João Henrique Dentinho (União) e Marcelo Macedo (MDB) participaram da audiência. O vídeo está disponível no canal da TV Câmara Taubaté no Youtube.
