Ao lado da Bandeira e do Hino, o Brasão de Armas é um símbolo municipal, de acordo com a Lei 2.253, de 1987.

De acordo com a Lei, a descrição do Brasão é a seguinte: 

 

Vêem-se, num escudo colonial português, encimado pela Coroa Mural da Cidade, em fundo azul, três montes e três coroas murais, tudo de ouro; em campo de sinople, um rio em faixa e uma taba em ponta, tudo de prata.

As coroas murais recordam que os taubateanos foram os fundadores de dezenas de cidades ao sul do Brasil. Os três montes doirados simbolizam o bandeirismo do ciclo de ouro, em que os sertanistas de Taubaté tomaram parte notabilíssima. Lembram, ainda, os obstáculos vencidos com a transposição da Mantiqueira, na penetração, descoberta e devassa do enorme território do “Sertão dos Cataguazes”, hoje estado de Minas Gerais.

A taba lembra a etimologia da palavra TAUBATÉ: TABA-IBATÉ.

O rio é o Paraíba.

A divisa, que se inscreve no listão em letras azuis e fundo de ouro, alude às dificuldades vencidas pelas bandeiras de Taubaté, no sertão: “PER ASPERA PRO BRASILIA” - todo sacrifício pelo Brasil.

Os ramos de café e as hastes de arroz, no listão, recordam as principais culturas do município.

Como tenentes ou suportes do escudo, veem-se um bandeirante e um soldado da Guarda de Honra de Pedro I. Recorda este último o papel saliente dos filhos de Taubaté por ocasião da Independência do Brasil.

 

Estudioso dos símbolos municipais, o professor Antonio Carlos Argôllo Andrade explica que esses elementos obedecem a convenções heráldicas - um sistema de identificação visual baseado em brasões de armas ou escudos - que simbolizam importantes aspectos da história de Taubaté. 

 

As coroas murais são o símbolo de cidades. A maior delas, em ouro e com três torres, colocada acima do escudo português, representa a cidade de Taubaté, por uma deferência de seu criador, o historiador Affonso Taunay. As outras três, colocadas sobre os três montes, representam as cidades fundadas por taubateanos, entre as quais destacamos Ouro Preto, Mariana, São João Del Rei e Tiradentes. Os três montes que se destacam no centro de escudo simbolizam a Serra da Mantiqueira, atravessada por taubateanos na busca do ouro.

A taba é uma representação da Taba-eté, o antigo aldeamento de índios Guaianá, que deu origem ao nome Taubaté. 

No centro da principal coroa mural, colocada acima do escudo português, aparece um escudete em prata, contendo cinco pequenos sinais, simbolizando as cinco chagas de Cristo, numa alusão ao orago [padroeiro] de Taubaté, São Francisco das Chagas, e aos estigmas que, segundo a tradição, o santo teria recebido durante um êxtase ocorrido no Monte Alverne. 

O bandeirante é uma referência aos sertanistas que residiam em Taubaté e partiram para a conquista de novas terras, a descoberta de minas de ouro e a fundação de cidades. O dragão da Independência representa um dos guardas de honra do príncipe D. Pedro, representando os oito taubateanos que integraram a comitiva que acompanhou D. Pedro em sua histórica viagem até São Paulo e Santos, em agosto de 1822, tomando parte como testemunhas do fato histórico ocorrido a 7 de Setembro daquele ano, a proclamação da independência política do Brasil. 

Os ramos de café representam o produto que, no passado, possibilitou o progresso e o desenvolvimento de Taubaté, pelo enriquecimento resultante da cafeicultura. Os ramos de arroz representam a rizicultura, atividade agrícola atualmente ainda importante para a economia de Taubaté. 

A frase “PER ASPERA PRO BRASILIA”, escrita em letras azuis, sobre o fundo dourado da faixa colocada abaixo do escudo, pode ser traduzida por “todo sacrifício pelo Brasil”. Abaixo da faixa com a frase, uma roda dentada representa a indústria de Taubaté, importante atividade econômica para a cidade. De cada um dos lados da roda dentada aparece uma asa, simbolizando as asas de Mercúrio, representação do comércio, outra importante atividade econômica de Taubaté.

(ANDRADE, Antonio Carlos Argôllo. Símbolos municipais. Divisão de Museus, Patrimônio e Arquivo Público Histórico de Taubaté. s.d. Disponível no Arquivo Histórico de Taubaté).

 

Linha do tempo

O Brasão de Armas foi projetado pelo professor e historiador Afonso d’Escragnolle Taunay e adotado pela Lei 247, de 18 de março de 1942, alterada pela Lei 2, de 21 de março de 1950.

No estudo “Símbolos municipais”, Antonio Carlos Argôllo Andrade conta que a primeira iniciativa para um Brasão de Armas coube ao prefeito Gastão Aldano Vaz Lobo da Câmara Leal em 1908, no início de seu mandato como primeiro prefeito de Taubaté.

 

Brasão de Taubaté (primeira feição)O desenho original desse primeiro Brasão teve autoria do pintor taubateano Clodomiro Amazonas Monteiro (1883-1953) sob supervisão do próprio Dr. Gastão Câmara Leal (ao lado, a feição original do Brasão, disponível em https://acervoonline.mp.usp.br/iconografia/brasao-de-taubate-primeira-feicao/. Consulta em 20 jul. 2023.).

Na década de 1920, o historiador Affonso Taunay (1876-1958), diretor de Museu Paulista (Museu do Ipiranga) projetou para as comemorações do Centenário da Independência (1922) a ornamentação da escadaria principal da instituição, onde passaram a figurar os brasões de nove tradicionais cidades paulistas, entre as quais figurava Taubaté, ao lado de São Paulo, São Vicente, Santos Sorocaba, Santana de Parnaíba, Porto Feliz, Itanhaém e Itu. 

Encarregou-se o pintor José Wasth Rodrigues (1891-1957) sob orientação do próprio Taunay, que em 1922 colocou à disposição da administração municipal de Taubaté o direito de uso do mesmo brasão. 

Em 1926, sendo prefeito municipal o industrial Félix Guisard (21/1/1926 a 18/9/1930), a Lei Municipal 247, de 18 de março, adotava oficialmente para Taubaté o brasão de autoria de Affonso Taunay, apresentando a sua descrição. (ANDRADE)

 

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