A Câmara de Taubaté realizou audiência pública na sexta-feira, 10, para debater o tema saúde mental no município. O evento foi coordenado pelo vereador Serginho (Progressistas).
“Saúde mental é um tema que exige grandes desafios e ações concretas. A doença mental pode ter causas biológicas, psicológicas ou temporais, cada pessoa enfrenta o conflito de forma diferente, porque os comportamentos são individuais. A doença mental é difícil, não sangra, não é uma fratura exposta, então, nem sempre há o reconhecimento por parte da sociedade de que ali existe uma profunda dor e um profundo sofrimento”, afirmou Serginho.
Chefe de divisão de saúde mental, Silvia Helena dos Santos apresentou a estrutura municipal de atendimento, composta pela Atenção Primária (Unidades Básicas de Saúde e Equipe de Consultório de Rua), Atenção Psicossocial (Caps e Equipe Multiprofissional), Atenção às Urgências e Emergências (UPAs e Samu), Atenção Residencial de Caráter Transitório (Unidade de Acolhimento Adulto), Atenção Hospitalar (Instituto Bairral de Psiquiatria, em Itapira, e 16 leitos no H-Mut) e pelas Estratégias de Desinstitucionalização e Reabilitação (oferecidas por serviços residenciais terapêuticos).
Silvia ressaltou a necessidade de se divulgar o serviço telefônico de ajuda às pessoas em situação de crise ou desconforto emocional, o Fone Vida 0800-780-1122, que oferece escuta qualificada 24 horas por dia.
Representante do Conselho Regional de Psicologia, Daniele Nepomuceno questionou para onde são encaminhados os casos leves de doença mental, uma vez que o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) não é o lugar para esses casos, e as Unidades Básicas de Saúde (UBS) não atendem. “Sei de questões práticas de pacientes que nos relatam isso”, alegou.
Diretora de atenção à saúde, Leísa Lencione explicou que o atendimento na Atenção Primária ocorre mediante encaminhamento médico da UBS, porém, se a pessoa procura a Unidade de Saúde Mental e durante o acolhimento é detectado que ela pode ser atendida na Atenção Primária, esse direcionamento é feito, e o contrário também.
“O Ambulatório de Psiquiatria, que estamos tentando constituir, é o intermediário entre a Atenção Primária e a Atenção Especializada, que seriam os Caps. A gente teve algumas dificuldades em relação ao espaço físico, ele [o atendimento] acontece dentro do Caps 2, com uma equipe mínima formada, porém, teve uma questão estrutural, foi roubado o espaço, e a gente teve que refazer toda a parte elétrica, equipamento de segurança, mas está para ser reativado”, prosseguiu Leísa.
Assuntos como atendimento em comunidades terapêuticas e convênio com universidades para atendimento à população por estudantes de psicologia foram outros temas abordados durante o debate.
Participaram da audiência os vereadores Adriano Coletor Tigrão e Elisa Representa Taubaté, do Cidadania; Alberto Barreto (PRTB), Jessé Silva (PL), João Henrique Dentinho (União), Marcelo Macedo e Paulo Miranda, do MDB; Neneca Luiz Henrique (PDT) e Rodson Lima Bobi (PSDB). Assista ao vídeo no canal da TV Câmara Taubaté no Youtube.